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BTG compra o controle da Veste: entenda os bastidores da negociação bilionária

BTG Pactual surpreendeu o mercado ao comprar o controle da Veste, dona da Le Lis Blanc e Dudalina. Descubra como foi a negociação, os bastidores e o impacto dessa operação bilionária no varejo de moda.

Por Redação Space Edu — São Paulo

Última atualização – 09/04/2025 às 10:51

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O mercado de moda premium brasileiro está agitado. Em um movimento rápido e estratégico, o BTG Pactual anunciou a compra do controle da Veste S.A., dona de marcas icônicas como Le Lis Blanc, Dudalina, John John e Rosa Chá.

Em poucas horas, o banco adquiriu quase um quinto das ações da empresa e garantiu a opção de assumir a maioria absoluta. Uma transação avaliada em R$ 1,5 bilhão, que não apenas movimentou a bolsa, mas também promete mudar os rumos do varejo de moda no país.

E o detalhe mais curioso? A própria Veste, num primeiro momento, afirmou que não tinha sido oficialmente informada da compra. O que aconteceu depois é uma história de negociações rápidas, decisões estratégicas e um jogo de bastidores que merece ser contado.

Visão geral da transação

No dia 7 de agosto de 2025, o BTG Pactual desembolsou para comprar 19,03% do capital social da Veste, o equivalente a 21,7 milhões de ações ordinárias. No mesmo dia, o banco assinou um contrato que lhe dá o direito de adquirir mais 48,41% no futuro, alcançando 67,44% da empresa e, assim, tornando-se controlador.

A estratégia foi entrar como acionista relevante, garantir espaço à mesa e preparar o terreno para, no momento certo, assumir o comando total.

Quem é a Veste (antiga Restoque)

A Veste é uma das maiores holdings de moda premium do Brasil. Antigamente conhecida como Restoque, reúne algumas das marcas mais reconhecidas e desejadas do país.

Marcas controladas

  • Le Lis Blanc: símbolo de sofisticação no vestuário feminino;

  • Dudalina: referência em camisas sociais e casuais;

  • John John: moda jovem e urbana;

  • Rosa Chá: moda praia e resort.

Essas marcas garantem à Veste presença forte tanto no varejo físico quanto no e-commerce, competindo em um segmento de alto valor agregado.

Contexto antes da compra

Até então, o controle da Veste estava nas mãos de investidores ligados ao Banco Master, com a WNT detendo 49,55% das ações e a Trustee DTVM, 13,78%. O cenário era estável, mas a performance financeira da empresa indicava espaço para mudanças estratégicas.

A jogada do BTG

A compra dos primeiros 19,03% foi o pontapé inicial. Mais do que um simples investimento, foi uma jogada para marcar presença no comando e sinalizar ao mercado que o BTG queria mais.

Logo após a aquisição inicial, veio o acordo que dá ao banco o direito de comprar quase metade do capital da Veste.

Condições para avançar

Essa segunda etapa não é automática. O BTG precisa:

  • Obter aprovação do Cade;

  • Concluir um processo de auditoria detalhado (due diligence);

  • Cumprir exigências previstas no contrato.

A reação inesperada da Veste

A primeira resposta da empresa foi um tanto inusitada: um comunicado dizendo que não havia sido formalmente informada sobre a transação. Mas no dia seguinte, a Veste divulgou um fato relevante confirmando que a notícia havia chegado na tarde do dia 7.

Essa divergência chamou atenção no mercado. Afinal, não é todo dia que uma empresa descobre pela imprensa que um novo acionista importante entrou no jogo.

O que muda no controle

Se o BTG exercer sua opção e chegar a 67,44% das ações, passará a ter controle pleno sobre decisões estratégicas: desde a escolha da diretoria até o rumo das marcas e os planos de expansão.

O valor por trás da operação

Os ativos envolvidos somam cerca de R$1,5 bilhão. Para o BTG, é um investimento robusto, mas com potencial de retorno elevado caso consiga reposicionar a Veste e melhorar sua rentabilidade.

O que o BTG busca com isso

Ao entrar no varejo de moda, o BTG diversifica seu portfólio e aproveita a força de marcas já consolidadas para gerar valor. Além disso, pode usar sua expertise em gestão para otimizar custos e ampliar margens.

Situação financeira da Veste

No 1º trimestre de 2025, a Veste apresentou prejuízo entre R$10,5 e R$15,3 milhões, mas sua receita líquida subiu cerca de 7%, atingindo R$265,9 milhões. Ou seja, há crescimento, mas também desafios claros de rentabilidade.

O papel do Cade

Antes de assumir o controle efetivo, o BTG precisa passar pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O Cade vai analisar se a operação pode afetar a concorrência no setor.

Possíveis cenários para o futuro

  • Reestruturação interna para otimizar processos;

  • Expansão digital e internacional das marcas;

  • Criação de novos canais de venda;

  • Estratégias para recuperar rentabilidade.

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